sexta-feira, 1 de maio de 2009

En Hand I Himlen

Com que frequência você se depara com uma canção que te entusiasma, te excita? Não sei quanto a vocês, mas não é algo tão corriqueiro na minha vida, e o hiato entre esses entusiasmos musicais fica, assustadoramente, cada vez maior. Um dos últimos a despertar essa sensação de que uma canção pode mudar um dia, foi o sueco Jens Lekman, com uma das pérolas da nossa década: Maple Leaves. Aquela introdução com samplers e cordas, a letra torturada e altamente ironica, com a sabedoria das pessoas que riem de si mesmas, era tocante.

Não sei qual substância andam adicionando à água nos reservatórios de Gotemburgo, Estocolmo, Helsingborg... só sei que falar sobre música pop atualmente sem render tributos ao lar de Bergman, é empobrecer o debate. Poderia gastar toda uma tarde citando exemplos de uma cena de criatividade e qualidade só notadas, nos EUA, do fim dos anos 60 e na Inglaterra no fim dos 70 e início dos 80. Não é exagero, a cada vez que procuro novidades musicais sempre encontro um representante do país que outrora foi a vanguarda da pornografia.

Do olho do furacão surge o nome de Jonathan Johansson, cujo o primeiro disco começa por uma das melhores faixas de abertura, de discos de estréia da história da música pop. Sei o quanto é traiçoeiro e bobo essa coisa de "melhor da história, "melhor de todos os tempos", mas eu tinha falado de entusiasmo, de excitação, e quem é que não fica bobo, diante do entusiasmo? "En Hand I Himlen" (algo como "uma mão no céu") é um hit em potencial, daquelas canções que se tocassem nas rádios seria assoviada por taxistas ociosos, enquanto reforçam o polimento de suas viaturas. Apesar de todo o impacto causado pela qualidade da canção inicial, todo o disco -- que, na capa, traz uma foto em close-up do rosto ossudo do artista, lembrando até a morte do filme "O sétimo selo" -- impressiona. Há surpresas insólitas como a versão, em sueco, para o hit "Everybody wants to rule the world" do Tears For Fears. É, todas as canções são cantadas no idioma de Strindberg, mas não se assustem, embora não dê para entender uma só palavra, é uma lingua melódica e amistosa. O que não me faltou, foram sorrisinhos de felicidade incontida durante toda a execução do disco. Já é com certeza o melhor álbum de 2009. Adoraria não ter de dizer o mesmo em dezembro, pois não há nada melhor que essa excitação. Baixem djá!




Video de "En Hand I Himlen" com belas locações de Estocolmo, Lisboa, Roma e Pamplona.

Um comentário:

  1. Olá quero agradecer pelo comentário que fez a respeito do meu blog,fico feliz por passar coisas boas e passar também mensagens boas.Gostei muito do seu blog também diferente de outros o seu tem bastante conteúdo e isso é importante para os dias de hoje pois as pessoas estão ficando meio vazias.Parabéns pela sua inteligência e habilidade com as palavras.Fui...rs

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